quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

ZILDA ARNS

Zilda Arns morreu ontem, 12 de janeiro no terremoto do Haiti.
Mulher e humanista Zilda Arns era um exemplo de liderança e determinação. Ela foi fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança, e suas ações ajudaram a salvar milhares de crianças todos os anos, até mesmo fora do Brasil.
Sai ano, entrava ano e, na época do Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, sempre vem à tona a discussão dos direitos e conquistas do sexo feminino. Por vezes, somos levados a crer que essas conquistas e discussões são recentes, mas exemplos de grandes mulheres provam o contrário. Médica pediatra e sanitarista, a doutora Zilda Arns Neumann era um deles. Sua história se confunde com a da Pastoral da Criança, que por meio do acompanhamento de crianças e gestantes ajudou a diminuir a mortalidade infantil em todo o país.
Nascida em 1934, em Santa Catarina, Zilda Arns guardava o sotaque alemão típico daquela região.
Indicada no ano passado ao Prêmio Nobel da Paz , a doutora Zilda, ou dona Zilda — como era chamada em algumas comunidades —, era uma líder nata, que inspirava tranqüilidade, firmeza e doçura. Viúva, ela tinha cinco filhos, oito netos e era irmã de algumas das maiores personalidades da vida religiosa brasileira: dom Paulo Evaristo Arns e dom Crisóstomo.
E foi junto com o irmão dom Paulo que, em 1982, ela teve a idéia de que a Igreja poderia ajudar a reverter a situação da mortalidade infantil no Brasil. Em pouco tempo e com o apoio da Unicef, nascia a Pastoral da Criança, no município de Florestópolis, no Paraná, onde o índice de mortalidade chegava a 127 mortes a cada mil crianças nascidas vivas. Rapidamente, a Pastoral conseguiu ótimos resultados, reduzindo a mortalidade infantil para 28 por mil após um ano de atividades. E com o apoio da Igreja Católica, foi levada a todos os 27 estados do país.
Zilda coordenava aproximadamente 155 mil voluntários, presentes em 32.743 comunidades dentro de bolsões de pobreza e miséria de 3.555 municípios brasileiros.
Em 2001, a Pastoral registrou uma taxa de mortalidade infantil inferior a 13 mortes para cada mil crianças nascidas vivas.
Só para se ter uma idéia da importância desse índice, a média nacional de mortalidade infantil no país é de 34,6 óbitos por mil crianças nascidas vivas, segundo o Unicef.
O governo paranaense decretou luto oficial por três dias. Que esse tempo possa servir para todos nós refletirmos sobre o legado humanitário de Zilda Arns e nos inspirarmos nessa mulher que abraçou o Brasil e o mundo.

Zilda, que Deus te dê a PAZ junto a Ele na eternidade!!!



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